João era um menino querido por todos. Mas não por si mesmo. Muitas coisas, durante toda a sua vida, lhe deram motivos para tanto amar sua vida quanto odiar. Apresentações fora de hora, decepções inesperadas e atitudes impensáveis deixaram João muito descontente. Ele não estava satisfeito com sua vida. Ele queria algo mais, ele queria preencher aquela lacuna que parecia que estava vazia...
Até que Abba chegou. Abba foi muito importante durante o processo de recuperação da auto-estima de João. Foi durante este processo de conhecimento que João passou a gostar do mundo à sua volta. O ambiente ficou agradável, a luz do sol parecia brilhar mais forte no seu dia. De alguma maneira, Abba pareceu a João como que a lente de contato ajustada no grau ideal para que ele enxergasse claramente o mundo ao seu redor. Foi uma experiência tão incrível que João não poderia nunca mais ser o mesmo.
A outra mudança, não menos importante, foi ocasionada pelo espelho. De alguma maneira, usar as lentes corretas fizeram João se enxergar de outro modo. Ele percebeu que, por mais que as associações que ele havia feito fossem importantes e duradouras, talvez, o casamento que ele nunca mais poderia se desfazer de verdade era o casamento dele consigo mesmo.
Virginia Woolf havia tentado se separar de sua “alma”, representativa de um sub-consciente formado pela sociedade e suas imposições. E ela se suicidou. A “alma” de Woolf era sua própria vida. Não havia separação. Dorian Gray (Oscar Wilde) tentou se separar de si mesmo, escondendo sua alma em uma pintura para que ela não sofresse o dano de suas atitudes inconsequentes. E, em busca de liberdade, achou a escravidão em seus pecados. Não era possível para João escapar de si mesmo. Mas era possível aceitar-se.
Não que João fosse perfeito, mas ele precisava admitir que não era, e trabalhar para que seus defeitos fossem ajustados. Afinal, “verdadeiramente é um erro estar cheio de faltas, mas é um erro ainda maior estar cheio delas e não desejar reconhecê-las” (Pascal). E começava mais uma descoberta dentro de João.
Ele descobriu que precisava resolver os conflitos inerentes à sua relação consigo mesmo. Ele precisava decidir amar aquele a quem ele deveria estar ligado pra sempre. E, pela primeira vez, João foi feliz. Não era uma alegria temporária e apaixonada. Era uma alegria diferente, “vibrante, mas cheia de paz” (L. Freitas). É claro que pessoas ajudaram a se sentir melhor consigo mesmo. Pessoas até foram enviadas com esse propósito. E fizeram ver o casamento lindo que João se tornara. Ele consigo mesmo, aceitando, surpreendendo, acreditando.
E, enfim, João está em lua-de-mel consigo mesmo. Em suas próprias palavras, nunca me senti tão livre! Nunca desfrutar de sua própria presença foi tão prazeroso. Nunca João percebera quanto valor ele tinha. E quanto brilho as lentes opacas e escuras da falta de aceitação haviam roubado de sua vida. Mas tudo era diferente agora.
Felipe Aguiar
Penso realmente que João encontrou o segredo de ser feliz, a autoaceitação fundamentada no amor de Abba. Ele está inclusive pronto para amar outras pessoas sem machucá-las e sem se machucar.
ResponderExcluirÉ... Quando conhecemos Abba é assim mesmo, agente muda pra melhor, assim sem perceber sabe?! Ama de verdade, as coisas do coração ficam mais fortes e mais importantes. Nada de mágoas, ressentimento, medos, inferioridade?! Um! Nem sabemos mais o que é isso!!! Amar Abba é descobrir quem você é, é descobrir que pra Ele não há nada mais importante que você, você é o sentido e a motivação de toda a criação. Amo Abba!
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